Top 5 – Contribuições de Norm Breyfogle para a mitologia do Batman
Conversando com outros fãs de quadrinhos, notamos um certo padrão: A maioria começa comprando algo aleatório numa banca, de algum personagem que já conhece de outras mídias, acaba se envolvendo com aquilo e começa a ir atrás de edições anteriores em sebos. Ou na internet, nos últimos anos.
Foi nessas garimpadas em sebos que conheci e me apaixonei pela arte de Norm Breyfogle, que passei a colocar em um pedestal como o melhor desenhista que já emprestou seu traço ao Batman.
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Seu trabalho, geralmente acompanhado pelo roteiro do também genial Alan Grant, me fez querer ir atrás da série do Batman em formato americano lançada pela Editora Abril, mesmo custando o dobro que os tradicionais formatinhos nos sebos.
Naquele tempo, 1999/2000, os sebos que eu frequentava no centro de São Paulo costumavam cobrar entre R$0,50 e R$1,00 por um formatinho normal e entre R$2,00 e R$5,00 por um formatinho com lombada quadrada ou uma revista em formato americano. Comprar essas revistas maiores significava que meus 20 reais iam render bem menos. Se ao folhear a revista via que a arte era do Breyfogle, pagava o custo extra com prazer!
Quem ouve nosso podcast, sabe o amor que tenho por seu trabalho. Falei bastante disso no programa “Desenhistas mais marcantes do Batman“.
Quarta-feira, dia 26 de setembro de 2018, recebemos a notícia de seu falecimento, que havia ocorrido dois dias antes por causas não reveladas.
Abaixo, tento fazer justiça ao artista em um top 5 de suas contribuições que marcaram para sempre a mitologia do personagem.
5- Elseworlds
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Hoje é creditado como a primeira história do selo Elseworlds (ou Tunel do Tempo, como era traduzido pela Editora Abril) o clássico Batman: Gotham by Gaslight, lançado no Brasil como Batman: Gotham City 1889 em sua republicação recente pela Panini. Mas a verdade é que esse título não recebeu o selo quando foi publicado originalmente e só passou a ser considerado parte dele tempos depois. O primeiro título a, de fato, receber o selo Elseworlds, foi Batman: Terror Sagrado, com roteiro de Alan Brennert e arte de nosso querido Norm Breyfogle.
A HQ imagina uma nova inquisição rolando nos Estados Unidos e um padre adotando a identidade de Batman para lutar contra o sistema. Vale a pena correr atrás!
4- Batmóvel
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Sobre este nem tem muito o que falar. O Batmóvel de Norm Breyfogle é facilmente um dos mais estilosos que já vimos nos quadrinhos! Tenho até uma miniatura dele!
3- Tim Drake
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O ano era 1989 e o terreno estava sendo preparado para um novo Robin para uma nova era. Dick Grayson já era o Asa Noturna havia algum tempo e Jason Todd já tinha subido no telhado. A DC procurava um novo Robin e o roteirista Marv Wolfman encabeçou o projeto.
Muitos artistas enviaram propostas de design para o uniforme do novo Robin e, no fim das contas, escolheram oficialmente o uniforme abaixo, de Neal Adams:
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Norm Breyfogle também fez uma porção de estudos e, ao ver os exemplos abaixo, reparamos que muitos elementos sugeridos por ele foram incorporados à versão final:
Breyfogle inclusive ficou responsável pela primeira aparição de Tim Drake vestindo o novo uniforme.
2- Novos vilões
Não podemos deixar de fora os vilões criados por Breyfogle em parceria com o roteirista Alan Grant, começando com o serial killer Victor Zsasz, o perturbador Ventríloquo, além do Caça-Ratos, do Amígdala e de Cornelius Stirk. E ainda criaram o doutor Jeremiah Arkham pra tomar conta desse bando de malucos!
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1- Anarquia
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Agora pouco falamos de como na virada da década de 80 para 90 a DC preparava terreno para um novo Robin. Alheio a isso, Alan Grant fazia seus próprios planos ao, junto a Breyfogle, criar Lonnie Machin, o Anarquia.
No fim, Marv Wolfman acabou frustrando seus planos de transformar o adolescente no novo Robin, mas o personagem seguiu sendo uma ótima ferramenta para Grant colocar sua visão de mundo nas histórias.
Aliás, já repararam como esse uniforme parece com o do pessoal da inquisição espanhola do Monty Python?
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